Ontem (mais especificamente, hoje) o Lakers voltou às quadras para enfrentar o turbulento Dallas Mavericks. Com escândalos atrás de escândalos na diretoria da franquia do Texas, e uma recente fala do próprio dono, Mark Cuban, era difícil a equipe não se impor e buscar a vitória. E foi exatamente o que aconteceu. Vencemos, convencemos e criamos expectativa pra hoje (mais especificamente, amanhã), contra o Kings. Mas não, não falaremos apenas sobre este jogo. Como não seria razoável escrever um texto analisando apenas uma partida, exibirei uma lista de sete (número perfeito segundo alguns) mudanças que gostaria de ver em prática na equipe desde a volta até o fim da temporada, em Março. Como dito, ela tem foco apenas no elenco, então nada extra-quadra será debatido. Terminar com campanha positiva Calma, leitor: não acho que retiraremos onze derrotas de diferença nestes últimos 25 jogos. Seria até irreal acreditar nisso. Eu falava de uma campanha de 13-12 nesta última sequência (já começamos vencendo uma). Mirando nos 13 triunfos, teremos um calendário mais “fácil”: enfrentaremos equipes que provavelmente já estão pensando em perder mais que ganhar seis vezes. São elas: Mavericks (x1), Kings (x2), Hawks, Magic e Grizzlies. Provavelmente não venceremos todos esses, mas não dá pra negar que o calendário deu uma afrouxada. Terminar o ano bem é muito mais importante, ao menos para o projeto da Diretoria, que começar. Lembra da frase “A última impressão é a que fica.”? Pois é. Terminar o ano com uma sequência legal e com mais ou menos 35 vitórias seria ótimo. Vencendo as treze ditas, ficaríamos com 36. Vencer, vencer, vencer (esqueçam o clube de futebol), a fórmula para atrair interesses. Isaiah Thomas e Lonzo Ball ao mesmo tempo Este, com certeza, é o pedido mais improvável de dar certo: no momento em que escrevo, ainda é uma incógnita como os dois se comportarão juntos. Ball é capaz de suprir as deficiências defensivas de Thomas? O ataque fluirá com os dois em quadra? Walton saberá extrair o máximo dos dois? Bom, são muitas perguntas e nenhuma resposta incontestável. Mas vale a tentativa. Lonzo é, com toda a certeza, o nosso melhor defensor de perímetro em todos os referenciais possíveis e é o único capaz de esconder os sabidos problemas de Isaiah. No ataque, pasmem, o maior problema de Ball (os Pick and Rolls) é o grande trunfo de Thomas. Se IT não der certo ao lado do novato, temo por seu respeito (já sujo, diga-se) ao redor da NBA. Brandon Ingram merece ser melhor aproveitado Após um primeiro ano para lá de péssimo, Ingram ressurgiu em 2017-18. O jovem quase dobrou sua produção de pontos e aumentou absolutamente TODAS as estatísticas simples existentes. Isso tudo com apenas 20 anos. E o que mais incomoda (ou surpreende, depende do ponto de vista) é que ele pode fazer ainda mais. Hoje, 14.1% de seu ataque é baseado em Isolation, onde Ingram tem um pífio PPP de 0.81. Talvez, apenas talvez, ele não esteja preparado pra tanto assim. Mas não tenho certeza. E outra: sou completamente a favor de incentivá-lo a armar a equipe no ataque. Completamente. Mas acredite: há como armar sem usar e abusar de Pick and Roll. Brandon, assim como basicamente todos no elenco, tem deficiências no quesito, além de os melhores times abdicarem cada vez mais da jogada (Warriors, falo de você!). Um corte nessas duas citadas e um aumento em chutes, sejam eles quais forem, seria ótimo. Ingram encheu os olhos do Lakers por ser um chutador com ótima visão de jogo. Chegou a hora de utilizá-lo como. Mais tempo de quadra para Julius Randle Esse pedido já virou comum ao redor da torcida da maior franquia de todos os tempos: Randle precisa urgentemente jogar mais. Bem, ele está. Sua média de minutos já cresceu bastante nos últimos meses, e nos 10 jogos antecedentes, em nenhum jogou menos de 25 minutos. Ótimo. Nessa reta final, pedir 30 ou mais minutos por partida seria muito? O ala-pivô é o atleta mais regular do elenco, e com certeza faz por merecer uma minutagem maior. Ah, um dado: Julius é fenomenalmente (que palavra incrível, aliás) melhor quando tem um tempo de quadra considerável. É, fica bem difícil não acreditar que seja melhor deixá-lo jogando. Tudo bem, foram apenas treze jogos, mas se quisermos ser atrativos nesta Agência Livre, precisamos vencer. E pra vencer os melhores jogadores precisam jogar mais. Libertem o monstro. Conter melhor a inexistente defesa de Thomas Não estou julgando Luke, longe disso. Três jogos não são suficientes para ajustar a tábua defensiva. Mas para os próximos 25 jogos, precisaremos fazer melhor. O principal problema do anão está em sua Help-Defense, apesar de sua defesa individual ainda ser ruim. Fato interessante: oponentes chutaram 35.1%, ou 0.747 pontos por posse sendo defendidos por IT. Obviamente não tento dizer que ele é um Lockdown Defender. Ele é horrendo defensivamente em todos os âmbitos possíveis e impossíveis no espectro do globo. Este é aquele típico caso que os números não dizem a verdade, ao menos não por completo. Bom, voltando: o cerne do problema está quando Isaiah marca quem não possui a bola. O baixinho simplesmente não tem noção alguma de defesa. Tenta um roubo quando não deve, dobra sem precisar, fixa o olhar na bola e esquece seu marcador... Os problemas são incontáveis. O ideal seria não abusar de Switchs como fazemos, pois Thomas eventualmente se perderá em alguma troca. E outra: deve-se evitar que Kuzma e Thomas entrem ao mesmo tempo. Quanto mais vê-lo jogar junto de Lonzo, Hart, Randle e Lopez (talvez, este seja o quinteto ideal para ele), melhor. Senta o dedo, Walton No melhor estilo Tropa de Elite. Em apenas sua segunda temporada, Luke Walton já testemunhou uma mudança radical na equipe, e, dependendo dos rumos de nossa Off-Season, pode presenciar outra. Pense em uma improvável e hipotética chance de duas estrelas aterrissarem em Los Angeles. A pressão sobre as suas costas aumenta tal como sair da Terra e entrar no planeta Júpiter (a título de curiosidade, você morreria esmagado, mas não creio que vá acontecer com Walton). Se existe uma chance melhor que esses últimos 24 jogos para desenhar novas jogadas, testar outras já conhecidas e implantar algum pensamento ofensivo na cabeça dos jovens, desconheço. Alguns podem achar que isso entra na contramão do primeiríssimo pedido, mas não. Quantos jogos você lembra, de cabeça, de o Lakers ter perdido apenas por não saber o que fazer em uma posse ofensiva importante, ou por não ter a famosa “jogada de segurança” quando entrou em uma sequência ruim? Incontáveis, né? Pois então: há uma correlação óbvia entre um ataque mais eficiente e um time vencedor. Se o Lakers quer se tornar uma equipe vencedora em apenas um ano, precisa de um técnico vencedor. Mais chances para os jovens pivôs Por fim, algo mais leve: Thomas Bryant e Ivica Zubac podem receber mais minutos. Zubac, o croata, chegou a perder espaço na rotação e ficar esquecido na G-League até a troca que tirou Nance do Lakers. De lá pra cá, cresceu: nos poucos quatro jogos em que jogou ao menos 10 minutos, angariou médias de 11 pontos e 6 rebotes com um aproveitamento de 75%. Como dito, pouco, mas é um começo. Depois de ser, talvez, a sensação da temporada 2016-17, pode-se dizer que o croata decepciona. Estes últimos jogos podem nos fazer mudar de ideia.
Bom, acho que pararei por aqui. A lista de sete coisas que eu quero ver pode ser um pouco, talvez muito diferente da sua, mas tudo bem. Por mais que Playoffs seja utopia até aqui, vencer pode mudar o rumo de nosso futuro, e esses triunfos passam absolutamente nas mãos dos nossos jovens. O Lakers precisará de cada membro da franquia (você também, Walton) para terminar a temporada com tranquilidade e começar a pensar no próximo ano. A temporada 2017/18 está passando bem rápido: aproveite enquanto há tempo, para depois não sentir falta daquela partida horrível em que você resolveu dormir.
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