Como todo torcedor do Lakers, ainda mais nessas épocas do ano, ou definindo melhor, nessas épocas pré-NBA, uma saudade absurda começa a bater. Seja do jogo em si, dos preparatórios, daquele clima no ginásio, absolutamente tudo. Porém, devido ao fato de torcer para o maior time do planeta, a saudade do torcedor do Lakers também é diferente, assim como tudo envolvendo o basquete pelos ares do time roxo e dourado da Califórnia.
E se a saudade bater? Leia esse texto. Quando aquela vontade absurda de assistir um jogo chegar, lembre-se de Derek Fisher, Kobe Bryant, Ron Artest, Pau Gasol e Andrew Bynum. Lembre-se daquele jogo 7 em Los Angeles. Lembre-se de Ron Artest erguendo os abraços e mandando um beijo para a torcida após praticamente selar o 16º campeonato. E se a saudade bater? Leia esse texto. Quando o tédio bater e a NBA não tiver começado, leia esse texto para lembrar do jogo contra o Toronto, não, não aquele dos 81 pontos do Kobe, mas aquele que Kobe define o que é ser clutch e acerta os três arremessos seguidos, levando o jogo para a prorrogação. E se a saudade bater? Leia esse texto. Leia esse texto para lembrar da foto de Kobe e Shaq, abraçados com os troféus, após dominar a liga de um jeito que dificilmente será visto novamente. E se a saudade bater? Leia esse texto. Como alguém que se lembra das velhas conquistas, lembre do showtime. Lembre dos passes inacreditáveis, e fazendo jus ao nome do autor deles, de Magic Johnson. Lembre-se de Kareem dominando o garrafão e pontuando magistralmente e de Worthy acabando com qualquer chance de vitória da equipe adversária. E se a saudade bater? Leia esse texto, mas ao invés de olhar para tudo o que já passou, olhe para o presente. Olhe para Lonzo Ball e Brandon Ingram. Olhe para a explosão de Jordan Clarkson e a força de Julius Randle. Olhe para a defesa de Hart e a versatilidade de Kuzma. Você deve estar se perguntando se tudo isso não faz a saudade aumentar. Realmente. Era esse o propósito, porque o Lakers está voltando às quadras. O Lakers está de volta, não apenas para jogar, mas para voltar aos trilhos em busca do lugar onde sempre esteve Separe a camiseta. Faça o estoque de bebidas. Esqueças as noites de sono e ative o modo zumbi. A NBA está voltando, o Lakers também. É a hora da verdade em Los Angeles.
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Era evidente que isso iria acontecer. Mais certo que uma enterrada de Shaquille O’Neal. Que um passe acrobático de Magic Johnson. Ou que um Sky-Hook de Kareem Abdul-Jabbar. A questão era o quanto isso iria ser prolongado. Você estava destinado a isso desde o dia em que resolveu anunciar que seria sua última temporada atormentando defensores, humilhando franquias alheias e destruindo incontáveis táticas. Aliás, desde antes. Muito antes. Você estava destinado a isso desde o dia em que decidiu pisar em uma quadra.
Marque o dia 18 de dezembro: nesta data, única e exclusivamente, sua história, representada em uma camisa, será erguida para que jamais te esqueçamos. Não que isso fosse necessário, claro. É apenas para termos certeza de que você jamais sairá daquela arena. Como em uma prisão em regime fechado, te seguraremos para todo o sempre. E a culpa é sua. Ninguém mandou ser tão gênio assim. Mas não, você não estará sozinho. Ficará ao lado de outras nove lendas que cometeram o mesmo erro que o seu. E é lá que você deve estar. Acredite: estamos apenas retribuindo um favor. A essência da restituição paira em Los Angeles. Por vinte anos, você nos ofereceu todo suor que caiu de seu rosto, toda coragem para chutar a última bola da partida, toda lágrima que saiu de seus olhos. Para sempre, te concedemos esplendor. Toda magnificência que um humano tão sobre-humano é digno. Lá do alto do Staples Center, sua camisa nos guiará, de forma sobrenatural, aos trilhos de vitórias que você mesmo esculpiu. Juntar-se-á aos cinco banners de sua autoria. Ah, os títulos. Doces como champanhes acompanhados de morangos. O ponto alto da carreira de um jogador, alcançado cinco vezes por você. Uma harmonia com as vitórias tão grande quanto a necessária para compor uma música erudita. Como um maestro, você nos guiou para a glória. Regendo, de forma deslumbrante, equipes invencíveis, quebrou barreiras. Com os títulos, prêmios. Com os prêmios, recordes. Muitos recordes. Muitos prêmios. Muitos títulos. Foram cinco relações com o troféu Larry O’Brien. Nem mesmo o mais atraente dos homens espera colocar em suas mãos cinco anéis diferentes. Mas você sim. Você é diferente, é incomum, é sui generis. É único. Tão único que fará história duas vezes em um dia. Não satisfeito em ser o melhor jogador que já vestiu a camisa 8, resolveu também ser o melhor número 24. Tão suave quanto um primeiro-violino de uma orquestra italiana, tão mortífero quanto uma serpente, você encantou. E como. Mais do que isso: você inspirou. Seus Fadeaways fascinaram tal como linhas de Assis. Você nos fez duvidar se um urso realmente sairia vivo se mexesse contigo. Seus Game-Winners soavam como uma luta terminada em um nocaute. E copiosas vezes você abriu contagem. Dez segundos no chão, eles se diminuíam às cinzas. Dez segundos no relógio, você se agigantava como Golias. Mas um Golias que jamais sucumbiu. Mas a hora um dia iria chegar. Nenhum atleta na história havia vencido todas as batalhas. Sempre pereciam quando chegavam ao adversário final: o tempo. Você bem que tentou, é verdade. Gastou todas as suas forças para isso. Mas não deu. Por mais que você tenha prolongado por três anos, não valia mais a pena se sacrificar a esse nível. Dizer adeus talvez doesse menos que continuar. E doeu. Como um soco bem dado no estômago, daqueles que nos fazem perder o ar. Mas foi a atitude correta. Era a hora de passar o bastão para outro. Dizem que até a bola e a rede do aro choraram quando souberam. Afinal, você promoveu o encontro entre as duas 20097 vezes. Mas até a mais longínqua das uniões tem um fim. A grandeza está justamente em saber quando terminar. Então aproveite. Saboreie cada momento dessa cerimônia como se fosse o último (até porque será). Esqueça todas as derrotas, lesões, vices, fracassos... Você é muito maior que isso. Esqueça todos os erros de arbitragem que prejudicaram seus objetivos. Esqueça todos os companheiros de equipe incapazes de jogar que puseram ao seu lado. Esqueça todos os MVP’s que erroneamente não deram a você. Azar o dele que só pôde te conhecer uma vez. Aproveite, aproveite, aproveite. O máximo que conseguir. Eu estarei daqui te observando. E rezando muito pelo urso. O Lakers tinha a segunda escolha do Draft de 2016, e diferentemente do Draft de 2015 e 2017, onde a escolha da franquia de Los Angeles era rodeada de incertezas, em 2016, Brandon Ingram era unanimidade entre todos os jornalistas, torcedores e obviamente, a diretoria do Lakers.
Um rapaz com uma envergadura assustadora, potencial defensor, capacidade de explosão incrível, consegue infiltrar com maestria e ainda possui recurso de arremesso. Dizem as más (ou boas) línguas que lembra Kevin Durant (óbvio, em suas devidas proporções). Todos nós vimos muitos rumores nessa offseason, sendo que alguns até se confirmaram, como o adeus de D’Angelo Russell e a escolha de Lonzo Ball. Acontece que boa parte, para não dizer todos, dos rumores de trocas envolviam Brandon Ingram (vale ressaltar que nessa semana, Magic Johnson declarou que as ligações de outros times procurando por Ingram e Larry Nance ainda são constantes). Ingram ganhou o apelido nas mídias americanas de Mr.Untouchable (Senhor intocável), devido à rejeição do Lakers a todas as propostas recebidas pelo garoto. Afinal, o que esse rapaz de 20 anos tem que faz com que a maioria dos times da liga olhem-no com outros olhos? O garoto cresceu 5 centímetros nessas férias, medindo aproximadamente 2 metros e 11 centímetros. Some isso a uma envergadura absurda, uma capacidade de defesa excelente e um arremesso que vem melhorando desde o seu primeiro jogo. Ingram teve uma explosão no seu estilo de jogo após o All-Star da última temporada, obtendo médias de 13.2 pontos, 4 rebotes e 2.5 assistências. Outro número interessante é a diferença da porcentagem de arremessos acertados, subindo de 36% para 47,5%. E como eu disse, ele ainda é um garoto e tem muito teto de evolução. O real motivo desse texto é motivo de muitas e muitas discussões em grupos e fóruns na internet. O que esperar de Brandon Ingram? O lado bom disso é que todas as alternativas são ótimas para o Lakers, mas vamos citar algumas. Muita gente compara Ingram com Kevin Durant, tendo que melhorar o arremesso ainda mais e se tornando um ótimo pontuador, tomando o posto de melhor jogador do time. Ainda existe a comparação com Kawhi Leonard, focando o jogo na defesa, usufruindo de toda a sua envergadura. Pensando na hipótese (não tão distante) de Paul George acabar vindo para o Lakers, Ingram pode até jogar na posição de Power Forward ou variar entre SF/PF independente das contratações da franquia. Ingram se encaixa em qualquer esquema de jogo de Luke Walton. Outra comparação muito interessante é feita entre Giannis Antetokounmpo e Ingram. Giannis pode atuar em qualquer posição no time do Bucks, inclusive armando o jogo (o que provavelmente não deve acontecer com a presença de Lonzo Ball). O grego também é conhecido pelas infiltrações, boas atuações na defesa e uma envergadura absurda. Seu jogo lembra muito o de Ingram, inclusive após o All-Star. O que esperar de Brandon Ingram? A melhor temporada da carreira, até aqui. Durant, Leonard ou Giannis. Jogando aberto, de Ala-Pivô ou até armando o jogo. Infiltrando, arremessando ou defendendo. Brandon Ingram tem um teto de evolução gigantesco e tudo para ser a cara do Lakers. O cara do Lakers. E para você, com quem Ingram vai mais se parecer? |