É possível que nos primeiros momentos de leitura deste título, você tenha pensado clicar no site errado. “O que raios estou fazendo num site de economia?” “Ah não, é sobre o LaVar Ball.”. O homem que tomou de assalto os noticiários sobre basquete mundo afora, na verdade, não deve nem acreditar nele próprio. Mas por que isso importa? Ele é o responsável pela maior campanha de marketing da história do esporte. Ninguém vendeu/vende seus produtos melhor que LaVar. Ninguém é mais famoso nos últimos meses que LaVar. Ninguém breigada melhor que LaVar. Ninguém.
Autopromoção é algo extremamente normal nos esportes. McGregor, Muhammad Ali, Michael Jordan... Como dito, autopromoção. Não há como LaVar autopromover seu jogo. Ele é apenas um pai de três moleques que nunca marcaram um mísero ponto na NBA. E é isso que o torna ainda mais egrégio. A mídia dar mais atenção ao pai, falastrão, que aos filhos, jogadores, mostra que LaVar está no caminho certo. Ball é figurinha carimbada em programas esportivos praticamente todas as semanas do mês. O cara vai aparecer até no NBA2K18. Ele já fez muito dinheiro. E fará cada vez mais. Estourou nos últimos dias um Reality Show (você não leu errado) sobre a família Ball. Um Reality Show. Foi no exato momento que li essa notícia que percebi onde LaVar havia chegado. Números brutos de audiência não existem, afinal, o seriado foi lançado pelo Facebook, mas 6,5 milhões de visualizações no primeiro episódio já trazem alguma noção do público que o Reality pode alcançar. Isso só no Facebook. O Reality também foi publicado no YouTube, gerando alguns milhões a mais. LeBron James é o único outro jogador com um próprio Reality, e nem sobre basquete é. LaVar atingiu patamares inimagináveis de fama. E isso não é de difícil percepção. Foram registrados 268.000 posts sobre Lonzo Ball no dia do Draft. Sobre Markelle Fultz, pasmem, 34.000. Na verdade, Lonzo foi responsável por cerca de 63% de todas as mensagens direcionadas ao TOP5 do Draft. LiAngelo, talvez o irmão mais ignorado, já assinou com UCLA e provavelmente conseguirá entrar na NBA no próximo Draft. Já LaMelo, o jogador mais badalado da classe de 2020, ainda tem um longo caminho a percorrer, mas a não ser que algo inesperado aconteça, também terá seu espaço na Liga. Não é brincadeira: os irmãos Ball vieram para ficar. Não satisfeitos com tudo isso, eles resolveram ir além: fundaram sua própria empresa. A Big Baller Brand, criada por (adivinha quem) LaVar em 2016, promete agitar o mercado, e já tem seu preço estipulado, caso seja de interesse de marcas maiores: três bilhões de dólares. Lonzo será o primeiro jogador da história da NBA a começar com sua própria empresa. Não é que a Nike ou a Adidas farão um tênis com seu nome. Evidentemente, ainda falta um longo caminho para a BBB chegar ao nível dessas marcas. Para isso, LaVar ainda vai ter de falar muita baboseira na imprensa. Mas, como quem não quer nada, a empresa já passou a gigante Umbro em número de seguidores no Twitter. Algo bobo, mas notório. Isso para uma marca que lançou ínfimos dois tênis, todos ainda em pré-venda. É incredível o quanto LaVar Ball chacoalhou o mundo NBA nos últimos meses. De frases estúpidas, e sem sentido algum a encontros rotineiros na imprensa e sua própria fornecedora de materiais, Ball colecionou insultos, enxovalhos, ofensas, injúrias e tudo mais. Mas no meio dessa enxurrada de críticas, alguns fãs. E fama. E dinheiro. Muito dinheiro. Podem continuar o criticando. Podem dar os holofotes para ele falar qualquer asneira sobre qualquer assunto Podem viver de LaVar Ball. Podem fazer xingamentos, artigos, textões, zoeiras. Isso sempre foi tudo que ele almejou.
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Você já ouviu falar sobre a Mamba Mentality? Traduzindo ao pé da letra, seria a “Mentalidade Mamba”. Bom, para quem não sabe, Kobe Bryant ao longo da carreira, ganhou o apelido de Black Mamba. Logo após a saída de Shaq do Lakers, Kobe herdou todo o peso e a responsabilidade de guiar a franquia e acabou ficando conhecido como um líder extremamente perfeccionista e exigente.
A Mentalidade Mamba pode até ser considera como um estilo de vida. Basicamente, esse pensamento exige o máximo de qualquer um, em qualquer atividade. O próprio Kobe, dentro dessa filosofia, acabou explicando nas entrelinhas o que ela realmente significa, em frases como: “Se o jogo é realmente importante, você não sente a lesão.” “Se você me ver lutando contra um urso, torça para ele.” Durante a gloriosa carreira de Bryant, temos inúmeros relatos de treinos extremamente intensos. Em seu documentário, “Muse”, Kobe conta que após aquela sequência de Air-Ball’s contra o Jazz, nos playoffs, saiu direto do jogo e foi para uma quadra arremessar, chegando em casa por volta das quatro da manhã. Outros relatos impressionantes são contados por outros jogadores que marcaram de treinar com Kobe, segundo os jogadores, se você marca um treino com o Kobe três horas da tarde, ele chega às duas, e se você não estiver lá, ele simplesmente vai embora. Particularmente falando, em “Muse”, há a história que para mim, define Kobe Bryant. Após o primeiro título da carreira, Kobe estava no vestiário, abraçado com o troféu de campeão, sentindo a ardência do champanhe nos olhos. O que a maioria dos jogadores faria? Daria por satisfeito. Comemoraria. Kobe conta que não estava totalmente feliz, enquanto comemorava, pensava na sequência da carreira, refletindo sobre o futuro. “O que vem agora?” “Minha carreira vai se resumir a esse ato?” “E agora?”. A história nós conhecemos. Esse estilo de vida também é retratado no livro “Onze Anéis”, obra que conta toda a trajetória de Phill Jackson (técnico do Bulls 6x campeão, e do Lakers nos últimos 5 títulos). Phill nos conta que Kobe é extremamente competitivo. Enquanto técnico do Lakers e sabendo da obsessão de Kobe por Michael Jordan, Phill marcou uma reunião entre os dois, para que Michael pudesse ajudar Bryant em termos psicológicos. A reunião terminou em menos de 5 minutos. Kobe entrou na sala, disse para Jordan que poderia vencê-lo numa partida entre eles e foi embora. Em termos de liderança, durante a temporada de 2007-2008, na qual o Lakers foi derrotado pelo Celtics nas finais, Kobe levava os companheiros de time para jantar, com a finalidade de melhorar o entrosamento entre eles, coisa que até então nunca tinha feito. Durante os treinamentos, Kobe provocava os companheiros até o limite, chegando até a bater em alguns (coitado do Vujacic). Você pode concordar ou não com a maneira de Kobe liderar um time, mas o Lakers vai continuar sendo 16 vezes campeão da NBA e 5 desses títulos vieram disso. E você, já usufruiu da Mentalidade Mamba? |